29 de dezembro de 2009

Damn, Girl!!!



A Fanny Ardant (ou Ardente mesmo) esteve em Lisboa a «publicitar» o seu primeiro filme como realizadora e eu não dei por ela?!?!?!
Numb? Dumb? Blind of my mind?
Agora só me resta aguardar por 7 de Janeiro para visualizar o filme «Cinzas e Sangue» (Cendres et Sang).
Com a particularidade de ter como actriz principal a Ronit Elkabetz… Chamem-na de parva!
Como é que é possível um acontecimento destes ter-me passado ao lado? Se calhar vou ter de começar a dormir mais do que 5 horas por noite…

24 de dezembro de 2009

Feliz Natal



Após um algo longo interregno, eis-me de volta.
Uma pausa de 19 dias, não por ausência de ideias de escrita mas por ausência de «dínamo» emocional, de estaleca de alma.
Hoje, o Sr. Administrador/Patrão Agiota fez o favor de compelir-me a vir trabalhar das 9h às 12h30m. Há 10 anos que aqui pululo e nunca se tinha lembrado de pôr o pessoal a trabalhar no dia 24 de Dezembro. Mas… Fez-me um favor. Ao viajar de comboio esta manhã, ao ver as vagas marítimas quase a alcançarem a linha férrea, parece que houve uma onda que atingiu o meu cerebelo e fez-me perceber porque é que tenho andado tão desanimada, até diria mesmo inanimada.
De facto, esta altura do ano desencanta-me há quase 10 anos (não, Sr. Agiota, não tem nada a ver consigo). O encanto de outrora deu lugar ao desânimo, à saudade, à tristeza, à ansiedade para que a Criança nasça e que os reis magos cheguem a galope nos camelos, de maneira a que passe o mais rapidamente possível esta altura do ano tão «bonita».
Este ano, no entanto, tenho um bónus de felicidade. E a massa de água que salpicou a janela do comboio, onde eu assomava, despertou-me para essa alegria.
Mais uma ausência, mais um lugar vazio, mais um buraco no bombeador de sangue que com os furos que vai tendo vai perdendo o que bombear.
A nossa mente é muito engraçada e traiçoeira. Mascara as coisas, adorna a tristeza e a desilusão, faz-nos acreditar que já estamos prontos para outra pancada agridoce, que já «reconhecemos a queda, levantámos, sacudimos a poeira e demos a volta por cima», e quando já estamos muito confiantes e sorridentes… Uma estrondosa cacetada na alma como que a dizer «Down, girl!».
Este sentimento não trata de «reviver o passado em Brideshead», não significa vontade de reatamento nem é sobre qualquer ilusão romanceada. É, isso sim, um sentimento de perda. Um hiato na minha «essência» enquanto Ser que não pode ser colmatada com meia dúzia de canções do Coro de Sto. Amaro de Oeiras, com duas colheres de grão, duas fatias de peru, um presépio, a estrela guia da árvore de Natal, um coscorão e dois copos de vinho (talvez com quatro copos de vinho, hum…).
É um rombo muito grande no porta-aviões dos meus sentimentos no qual o «calorzinho» natalício tem um efeito criogénico.
Dito isto…
Feliz Natal!