18 de outubro de 2009

Com Franqueza

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2009, 20h.
A Júlia florista fazia anos e já devia estar em casa dela para jantar com o resto do “rancho”.
Mas não. Onde estava eu? A fazer que figura?
Imaginem que estava numa esquina de uma rua de Moscavide, noite cerrada, com um ramo de orquídeas na mão, uma malinha a tiracolo, com imensa malta gira a passar, e à espera de um colega meu que tinha ido buscar um jogo novo ao toy’r’us mais próximo.
E o meu pai à minha espera no Parque das Nações para me dar boleia para a casa da mãe dele que, por coincidência, é a minha avó.
20h30m. O meu pai à espera há 45m, a minha avó e o resto dos convivas à espera há meia hora.
“Julinha, desculpa, atrasei-me, mas vamos já para aí.”
“Anda, xóxó, a comida está a arrefecer e sabes que requentada não tem gracinha nenhuma.”
E eu ainda em casa do meu colega em Moscavide. Já agora tinha de experimentar o jogo para ver se funcionava em condições. Estava óptimo.
Como bom colega, insistiu em levar-me a pé de Moscavide até ao Parque das Nações (também é um sem-carro). Voámos em 10m de um local para o outro e lá estava o meu pai “y su muchacha” à minha espera, pacientemente.
Chegámos às 21h10m a casa da avó.
Estavam todos bem dispostos como é apanágio da minha família. Nem que eu tivesse chegado à meia-noite, estariam sempre com um sorriso, de braços abertos e lábios esticados para mim.
Em relação ao repasto…
As entradas já tinham saído.
A carne antes do bife já tinha os cogumelos tatuados nela. Acho que li mesmo num “amor de mãe”.
As batatas fritas não eram supostamente batata palha mas naquela altura já faziam parte do anúncio do “Feno de Portugal”.
O vinho estava bom...
Segue-se o famoso arroz doce com desenhos feitos a canela, pela Julinha. Os motivos são sempre flores e corações. Minha querida…
Uma salada de frutas na maior terrina que possam imaginar, com os pêssegos a fazerem par com as rodelas de ananás.
E antes do apagar das velas do bolo de aniversário uma acesa discussão sobre o estado da nação, “os comunas”, os “chuchas”, “os corruptos”, e “que falta fazia um Salazar”.

Posto isto, mais um jantar bem passado com as bochechinhas mais queridas do planeta e arredores.

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