3 de outubro de 2009

Excerto Iniciático

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos de coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Sophia de Melo Breyner Anderson


Tendo a ousadia e a falta de humildade suficiente para pegar neste excerto e comentá-lo, tenho de dizer que, por mais que custe, é tudo verdade.
Como é que queremos fazer de deuses e pensar que as pessoas nos podem pertencer?!
Como é que julgamos que uma pessoa pode ser rotulada como "a minha amada" ou "a minha..." qualquer coisa?! Cada pessoa pertence-se. Podemos sempre amá-la mas nunca conquistá-la como se fosse um feudo.

Nós não possuímos os sentimentos, é algo etéreo. É algo que sentimos, mas não apalpamos, não desenhamos, não fotografamos.
As únicas coisas que podemos reclamar como nossas são as recordações, os momentos vividos.

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